Só Deus sabe e conhece como foi o dia 2 de Outubro de 1709 quando Cláudio, no arranque do seu projecto missionário de formação, foi chamado a pertencer ao reino celeste. Só Deus sabe quanta angústia e tristeza, desalento e medo, naqueles jovens que pensavam ver ruir o que estavam a construir com o ânimo e entrega de Cláudio Poullart des Places. Mas não. A comunidade não desapareceu. Porquê? A Congregação apareceu e cresceu até à presença de hoje em mais de 60 países. Porquê? A Família Espiritana tornou-se numa árvore frondosa cujos diferentes ramos bebem da mesma seiva. Porquê?
Um quadro…. Ícone de três respostas
Por iniciativa do octagenário espiritano P. Correia da Rocha, em resposta a um dos desafios do Superior Geral para este ano, mandou pintar um quadro representando o dia de fundação da Congregação, 27 de Maio de 1703. Tal quadro esteve exposto na capela da comunidade de Lisboa e tornou-se, para mim, um símbolo deste ano particularmente dedicado a Poullart des Places. Um quadro simples, como se pode ver pela imagem anexa, mas que me transmitiu 3 respostas aos porquês acima mencionados.
Primeira: Trata-se de pessoas que estão em oração. Na oração foi-se cimentando ao longo dos tempos aquilo que os homens e as circunstâncias pareciam querer fazer terminar. O projecto é de Deus e continuará de pé, enquanto for dEle.
Segunda: Há unidade neste quadro. Quer por todos estarem voltados para Maria, quer por todos estarem de veste igual. Quer ainda por o líder se sentir rodeado, apoiado. Só o fermento da unidade pode ajudar a manter viva a Congregação e a sua Missão. E isso só é possível quando, no meio das adversidades, vence o vínculo do Espírito. E isso só é possível quando o tapete das diversidades é tecido pelo fio do Espírito que une contrários e fortalece os pontos mais fracos.
Terceira: Maria está presente e com ela, mesmo sem se ver, está o Espírito Santo. Confiando a Maria, ao longo dos tempos, a nossa Congregação e Missão, fomos capazes de nos abrir às urgências de cada tempo, correr apressadamente para a casa de Isabel e aí permanecer, em atitude de humildade e serviço. Por Maria aprendemos e pedimos a consagração ao Espírito Santo. Sempre e em cada momento que rezemos em comunidade, em unidade, voltados para a Missão.
Encerramos aqui este espaço como evocação do ano de Poullart des Places. Agradecemos a todos os que contribuíram com a sua divulgação, leitura e comentários.
Se quiser continuar a comunicar connosco acerca de Cláudio Poullart des Places poderá fazê-lo para provincial@espiritanos.org Partilhe alguma graça, sentimento, influência ou acção de Deus que tenha sentido na sua vida por intermédio de Cláudio Poullart des Places.
O exemplo de Cláudio Poullart des Places é luminoso… e foram muitos os que têm aberto o seu coração à sua luz, reflexo da Luz de Deus… para todos os povos. Continuaremos a abrir-nos e sobretudo a pedir-Lhe que suscite jovens generosos a seguir os seus passos, a seguir o Caminho que Deus lhes indica…
O fogo arde na medida em que se alimenta. A missão cresce na medida em que a partilhamos. Poullart des Places nos ensine a avivar o fogo e a fazer-nos crescer nessa partilha.
Somos seus continuadores, somos missionários do Espírito Santo.
P.José Manuel Sabença
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