27/07/2009

19 de Julho de 2009 - Torre d`Aguilha

Recordando Cláudio Poullart des Places...
A história da humanidade e da Igreja está cheia de belos exemplos de homens e mulheres que, no seguimento de Jesus, se compadeceram dos pobres e que decidiram ser o bom samaritano dos excluídos do banquete da vida que o Criador preparou para toda a humanidade. Ides permitir, que refira o exemplo de um jovem que teve um itinerário humano e espiritual muito bonito. Trata-se de Cláudio Poullart des Places, cuja celebração do tricentenário da sua morte, a Família Missionária Espiritana, começa hoje a celebrar. Cláudio, de uma família, nobre e rica, aprendeu com um padre do seu bairro a servir os pobres; depois, manteve sempre uma sensibilidade especial à sorte dos mais desfavorecidos. Ao cabo de um longo período de discernimento, renunciou a uma brilhante carreira que tinha pela frente, escolhendo, em vez disso, ser padre.
Durante o seu curso de formação para o sacerdócio em Paris, encontra colegas tão pobres que passavam mal para poderem pagar os seus estudos. Começa por partilhar com eles a sua mesada; e pouco depois junta-os numa mesma comunidade.
Em 27 de Maio de 1703, festa do Pentecostes, ele e mais onze companheiros consagram-se ao Espírito Santo diante duma estátua de Nossa Senhora do Bom Sucesso. E assim nasce o que virá a ser a Congregação do Espírito Santo.
Em 2 de Outubro de 1709, com a idade de 30 anos, Cláudio morre, e é enterrado, como tinha pedido, na vala comum dos pobres de S. Estêvão do Monte. A obra que fundou irá desenvolver-se e enviar muitos missionários por todo o mundo. Hoje a Congregação do Espírito Santo anda pelos 3000 membros, que trabalham em mais de 60 países, nos cinco continentes.

Relendo a história dos nossos primeiros e grandes missionários notamos que a par de privilegiados meios pastorais (incansável pregação da Palavra, celebração dos sacramentos, catequese, culto mariano, etc.) sempre os grandes evangelizadores defenderam os direitos e dignidade dos povos nativos, censuraram os atropelos cometidos contra os mesmos povos e se dedicaram à prática das obras de misericórdia, à denúncia das injustiças e tiveram especial solicitude pela educação e promoção humana. Há anos atrás o Sínodo Africano, reunido em Roma, prestou homenagem aos missionários em termos muito realistas e sentidos: “ Eles – os missionários - viveram no duro, enfrentaram o desconforto, a fome, a sede, a doença, a certeza de vida muito breve, a morte ... para nos dar aquilo que eles tinham como mais caro: Jesus Cristo. Eles pagaram um pesado preço para fazer-nos filhos de Deus…”.
Ao regressarem da sua primeira experiência missionária, os discípulos falaram a Jesus dos sinais do Reino que viram manifestar-se. À sua imitação, todos nós, em Igreja, somos convidados a viver mais profundamente o mistério de Cristo, colaborando com gratidão na obra da salvação.


P. Eduardo Miranda Ferreira :19/07/09

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