15/01/2010

Continuadores de Cláudio P.Places...

"P. Adélio Torres Neiva"
A morte inesperada do P. Adélio Torres Neiva faz-nos sentir frágeis e pequenos como uma semente, mas aponta-nos por outro lado para o testemunho alegre de semeador de esperança que ele foi. Algo que ele certamente aprendeu na leitura e reflexão que foi fazendo dos fundadores Claúdio Poullart des Places e Francisco Libermann e que tão bem soube partilhar com os seus ouvintes ou leitores, religiosos ou leigos, mais velhos ou mais novos. Bebendo na espiritualidade de Cláudio Poullart des Places, o P. Adélio Torres Neiva tornou-se um sinal que indica o caminho a seguir.
Gratos pelo seu testemunho e sua sementeira, recordamos algumas frases de uma conferência que ele proferiu em 2007 sobre os Desafios de Poullart des Places aos Espiritanos de Hoje.
P. J.Sabença
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O carisma espiritano como semente:
"Mais que escritos de teologia ou temas de espiritualidade, os apontamentos que Cláudio Poullart des Places nos deixou, inacabados e pessoais são as marcas digitais, o bilhete de identidade do nosso primeiro fundador. Efectivamente, Cláudio morreu com uma obra quase por nascer. Nem tempo teve para escrever uma Regra de Vida. Nem sequer de clarificar a obra que tinha no coração. Não é o seu património literário ou doutrinal que nos enriquece como acontece com Libermann. O grande livro que nos deixou e que é o maior tesouro dos Espiritanos é o livro da sua vida. Foi sobretudo este livro que deu vida à sua obra e se tornou inspiração para os Espiritanos. Cláudio foi muito mais um semeador que um ceifeiro. Tanto a sua vida como a sua obra são uma parábola, a parábola de uma semente. Muito mais semente que colheita .

A espiritualidade da semente:

Antes de mais nada penso que Poullart des Places e a nossa história nos ensinam a assumir a nossa vocação no tempo de hoje como semente. O tempo que nós vivemos não é tempo de colheita. É tempo de semear, de pequenos gestos, de experiências significativas daquilo que somos. O nosso tempo é o tempo das flores de amendoeira, uma das poucas flores que floresce no Inverno, como Jeremias nos ensina.
Todas as colheitas valem pelo que se colhe mas sobretudo pela semente que produzem para futuras sementeiras. Nós conhecemos os valores da semente, do “pequeno resto”, do exílio, dos tempos de deserto…. O tempo do exílio e do cativeiro em que o povo de Deus perdeu todas as estruturas e seguranças em que se apoiava foram um tempo particularmente fecundo. Foi esta situação que provocou a descoberta de uma nova imagem de Deus: o Deus da esperança, da ternura; a purificação da memória foram valores que o povo de Deus aprendeu no exílio. Os tempos de provação e do deserto são particularmente propícios para Deus falar ao coração e para nos fazer recuperar o nosso primeiro amor. "
P. Adélio Torres Neiva

1 comentário:

  1. Obrigado P. Adélio Torres Neiva por tudo quanto nos ajudou na reflexão, pesquisa e aprofundamento sobre as nossas raízes. Que novos rebentos surjam para manter sempre viva esta árvore de quase 307 anos...
    Raul - Mz

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