Alegres Continuadores da missão de Claudio P.Places!
Homilia do Miguel Ribeiro:29-12-2009
Aqui há uns anos, o Padre Veríssimo Teles começava uma homilia na solenidade da Imaculada Conceição onde explicava o modo de preparar o que ia dizer nestas ocasiões. Dizia ele que se perguntava qual a razão de a Igreja ter escolhido aqueles textos para aquela festa. Ora, a passagem do Evangelho que acabamos de escutar é a mesma da Festa da Apresentação do Senhor, festa esta que a Igreja escolheu para celebrar o dia dos consagrados, e em que, numa feliz coincidência, ocorre o aniversário da morte de Libermann. Quer dizer que esta Palavra tem muito a ver connosco que vivemos uma consagração pública, mas também com tantos leigos que de maneira privada se entregam totalmente ao serviço da Missão da Igreja.
Maria e José dirigem-se ao Templo para a purificação e levam o Menino para o apresentar ao Senhor. A purificação apenas era obrigatória para a mãe e não era necessário levar a criança. O primogénito varão devia ser resgatado, mas o resgate nem está ligado ao Templo. Quer dizer que o importante na história que Lucas conta não é a purificação de Maria, mas a consagração de Jesus. O Evangelista sabe que o Menino pertence a Deus, e como relatam os sinópticos, deve-se dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
No átrio do Templo (porque era leigo), está Simeão, que podemos ver como um “homem de Deus”. Cumpre os mandamentos, espera a consolação de Israel. É justo e está “à escuta”. Se vivesse hoje, com toda a certeza seria espiritano! “O Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito.” Com tanta docilidade ao Espírito Santo, não admira que reconhecesse Jesus tão rapidamente, e logo o acolheu em seus braços. Como Maria e José, Simeão faz parte do resto de Israel, os pobres de YHWH que tudo esperam do Seu Deus, que esperam Deus! Também eles são Sua pertença!
Ao meditar este texto, lembro-me de muitos confrades que conheci e com quem vivi. Não desfazendo em quem tenho diante de mim, deixem-me falar pela enésima vez do Padre Arnaldo Rocha e do Padre Manuel Viana. Quem com eles viveu, já sabe como vive um “homem de Deus”. Não tenho dúvidas que um e outro viviam constantemente à escuta da Palavra de Deus, moviam-se (e ainda se move o P.Viana) ao sopro do Espírito, e mesmo quando não compreendiam nada diante dos horrores da guerra (e isso aconteceu muitas vezes), souberam ser ícones da “espera de Deus”.
Se hoje estou aqui não é por os ter conhecido. É porque Deus escolheu assim e encontrou alguma disponibilidade da minha parte. Mas sabemos que Deus não dispensa as mediações, e, coisas boas como a docilidade ao Espírito, também se aprendem! Tal como se aprende a ser “homem de Deus” à maneira de Poullart des Places e Libermann com todos os que um dia decidiram acolher nos braços e no coração o Cristo que os convidava a entrar nesta aventura espiritana.
O mundo que Deus veio salvar por meio de Jesus precisa de ter em nós homens e mulheres de Deus. Só reunidos ao Seu redor, sentados à Sua mesa é que poderemos crescer nesta pertença que Deus deseja e de que o mundo precisa. Saibamos transformar-nos naquilo que iremos receber, o Corpo de Cristo, que tanta gente espera ansiosamente nos átrios dos nossos templos.
*No dia 8 de Dezembro, o Miguel Ribeiro foi ordenado Diácono na Sé do Porto .
Homilia do Miguel Ribeiro:29-12-2009
Evangelho da Apresentação do Senhor:
Aqui há uns anos, o Padre Veríssimo Teles começava uma homilia na solenidade da Imaculada Conceição onde explicava o modo de preparar o que ia dizer nestas ocasiões. Dizia ele que se perguntava qual a razão de a Igreja ter escolhido aqueles textos para aquela festa. Ora, a passagem do Evangelho que acabamos de escutar é a mesma da Festa da Apresentação do Senhor, festa esta que a Igreja escolheu para celebrar o dia dos consagrados, e em que, numa feliz coincidência, ocorre o aniversário da morte de Libermann. Quer dizer que esta Palavra tem muito a ver connosco que vivemos uma consagração pública, mas também com tantos leigos que de maneira privada se entregam totalmente ao serviço da Missão da Igreja.
Maria e José dirigem-se ao Templo para a purificação e levam o Menino para o apresentar ao Senhor. A purificação apenas era obrigatória para a mãe e não era necessário levar a criança. O primogénito varão devia ser resgatado, mas o resgate nem está ligado ao Templo. Quer dizer que o importante na história que Lucas conta não é a purificação de Maria, mas a consagração de Jesus. O Evangelista sabe que o Menino pertence a Deus, e como relatam os sinópticos, deve-se dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
No átrio do Templo (porque era leigo), está Simeão, que podemos ver como um “homem de Deus”. Cumpre os mandamentos, espera a consolação de Israel. É justo e está “à escuta”. Se vivesse hoje, com toda a certeza seria espiritano! “O Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito.” Com tanta docilidade ao Espírito Santo, não admira que reconhecesse Jesus tão rapidamente, e logo o acolheu em seus braços. Como Maria e José, Simeão faz parte do resto de Israel, os pobres de YHWH que tudo esperam do Seu Deus, que esperam Deus! Também eles são Sua pertença!
Ao meditar este texto, lembro-me de muitos confrades que conheci e com quem vivi. Não desfazendo em quem tenho diante de mim, deixem-me falar pela enésima vez do Padre Arnaldo Rocha e do Padre Manuel Viana. Quem com eles viveu, já sabe como vive um “homem de Deus”. Não tenho dúvidas que um e outro viviam constantemente à escuta da Palavra de Deus, moviam-se (e ainda se move o P.Viana) ao sopro do Espírito, e mesmo quando não compreendiam nada diante dos horrores da guerra (e isso aconteceu muitas vezes), souberam ser ícones da “espera de Deus”.
Se hoje estou aqui não é por os ter conhecido. É porque Deus escolheu assim e encontrou alguma disponibilidade da minha parte. Mas sabemos que Deus não dispensa as mediações, e, coisas boas como a docilidade ao Espírito, também se aprendem! Tal como se aprende a ser “homem de Deus” à maneira de Poullart des Places e Libermann com todos os que um dia decidiram acolher nos braços e no coração o Cristo que os convidava a entrar nesta aventura espiritana.
O mundo que Deus veio salvar por meio de Jesus precisa de ter em nós homens e mulheres de Deus. Só reunidos ao Seu redor, sentados à Sua mesa é que poderemos crescer nesta pertença que Deus deseja e de que o mundo precisa. Saibamos transformar-nos naquilo que iremos receber, o Corpo de Cristo, que tanta gente espera ansiosamente nos átrios dos nossos templos.
*No dia 8 de Dezembro, o Miguel Ribeiro foi ordenado Diácono na Sé do Porto .